Vivo nas margens da sociedade e nas margens de mim, pois não sei se existo já que alguém desistiu de mim.
De minha mãe só me lembro dos olhos, e que muito jovem foi abandonada pelo homem que dizia que a amava. Se encontrou atordoada, e me abandonou numa estrada. Não tenho afeto, não tenho nada. Nem comida, nem bebida e o pior nem a dignidade a mim foi concedida.
Sou aquele menino invisível para qual os ricos fecham os vidros. Aquele que só arranca olhares de pena que é quase imperceptível
Sou aquele menino, que teve o destino fardado ao fracasso. Pois se a sociedade não me dá uma oportunidade vou continuar entregue ao acaso.
Jéssica Carvalho.
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