sábado, 26 de janeiro de 2013

Nas margens



Vivo nas margens da sociedade e nas margens de mim, pois não sei se existo já que alguém desistiu de mim. 

De minha mãe só me lembro dos olhos, e que muito jovem foi abandonada  pelo homem que dizia que a amava. Se encontrou atordoada, e me abandonou numa estrada. Não tenho afeto, não tenho nada. Nem comida, nem bebida e o pior nem a dignidade a mim foi concedida. 

Sou aquele menino invisível  para qual os ricos fecham os vidros. Aquele que só arranca olhares de pena que é quase imperceptível   

Sou aquele menino, que teve o destino fardado ao fracasso. Pois se a sociedade não me dá uma oportunidade vou continuar entregue ao acaso.    


Jéssica Carvalho.